Apropriação da funcionalidade da escrita de forma significativa no Jardim de Infância

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Depois de prepararmos a nossa horta para as novas plantações e cultivos, estava na hora de lhe dar uma nova cor. Assim, contamos com a colaboração de pais e avós, que trouxeram muitos vegetais para enriquecer as nossas plantações.

Cada um de nós calçou as galochas, vestiu os casacos, pôs os pés e as mãos na terra mais uma vez. Contamos com a ajuda do jardineiro, que nos foi indicando o melhor local para fazer a plantação do vegetal que tínhamos na mão, para que cresçam de forma organizada e os possamos identificar. Mas, como? “Podemos pôr uma fotografia.” “E escrever!” Nos copos e caixas onde arrumamos e organizamos os materiais na sala, temos sempre uma fotografia do que se arruma naquele respetivo local. Assim, fizemos o mesmo para a nossa horta. Procuramos em folhetos e revistas o que tínhamos plantado. Alguns hortícolas até já conhecíamos os nomes, sabíamos que faziam parte das nossas refeições no colégio, mas não sabíamos muito bem o que eram, nem identificar nas plantações que tínhamos feito. “Olha, isto é que é um alho-francês!”. Depois de recortarmos, pegamos nos marcadores e escrevemos estes nomes novos que também aprendemos.

“Em ambientes estimulantes, onde o educador consegue mobilizar estratégias e estímulos adequados, o interesse e curiosidade pela funcionalidade da linguagem escrita, vão surgir e desenvolver-se como reflexo das experimentações das crianças e da continuidade que o educador dá às suas iniciativas e curiosidade” (Mata, 2008:21).

Para que os vegetais cresçam necessitam da terra, do sol, e também de muita água. Quando não chove, temos que ir regar. Esta tarefa será partilhada por todos grupos que terão um dia destinado para cuidar e regar a horta, dando oportunidade a todos de assumir esta responsabilidade.

O nosso espantalho também ganhou uma nova cor. As salas do jardim-se-infância e de transição partiram da exploração da história “O Espantalho Enamorado”, de Guido Visconti para também dar uma nova identidade ao espantalho. Com roupas novas, um chapéu personalizado, e mais palha, está pronto para enfrentar as novas intempéries e proteger as nossas plantações! Pela afetividade que o grupo sentiu com a história, o nome escolhido para o novo amigo da horta foi Gustavo. Então um novo desafio surgiu: “Precisamos de registar o nome do espantalho, para todos saberem como se chama!”. Transitamos assim para a exploração da palavra Gustavo: contamos o número de letras e o número de sílabas. De forma contextualizada e interligada escrevemos a palavra, recortamos as letras que a compõem e separamos as sílabas. Decidimos então escrever o nome do espantalho em tampas de garrafa: cada tampa corresponde a uma das 7 letras que formam a palavra.

De facto, as “crianças que desde cedo estão envolvidas na utilização da linguagem escrita, e que veem outros a ler e a escrever, vão desenvolvendo a sua perspetiva sobre o que é a leitura e a escrita e simultaneamente vão desenvolvendo capacidades e vontade para participarem em acontecimentos de leitura e escrita” (Mata, 2008:14).

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"Há escolas que são gaiolas e há escolas
que são asas. A essência dos pássaros é o vôo.
Escolas que são asas não amam pássaros
engaiolados. O que elas amam são pássaros
em vôo. Existem para dar aos pássaros
coragem para voar. Ensinar o vôo, isso
elas não podem fazer, porque o vôo já
nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode
ser ensinado. Só pode ser encorajado."

Colégio do Forte

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